A Beleza.
De um sonho escultural tenho a beleza rara,E o meu seio, — jardim onde cultivo a dor,Faz despertar no Poeta um vivo e intenso amor,Com a eterna mudez do marmor' de CarraraSou esfinge subtil no Azul a dominar,Da brancura do cisne e com a neve fria;Detesto o movimento, e estremeço a harmonia;Nunca soube o que é rir, nem sei o que é chorar.O Poeta, se me vê nas atitudes fátuasQue pareço copiar das mais nobres estátuas,Consome noite e dia em estudos ingentes..Tenho, p'ra fascinar o meu dócil amante,Espelhos de cristal, que tornaram deslumbranteA própria imperfeição: — os meus olhos ardentes!
De um sonho escultural tenho a beleza rara,E o meu seio, — jardim onde cultivo a dor,Faz despertar no Poeta um vivo e intenso amor,Com a eterna mudez do marmor' de CarraraSou esfinge subtil no Azul a dominar,Da brancura do cisne e com a neve fria;Detesto o movimento, e estremeço a harmonia;Nunca soube o que é rir, nem sei o que é chorar.O Poeta, se me vê nas atitudes fátuasQue pareço copiar das mais nobres estátuas,Consome noite e dia em estudos ingentes..Tenho, p'ra fascinar o meu dócil amante,Espelhos de cristal, que tornaram deslumbranteA própria imperfeição: — os meus olhos ardentes!
De um sonho escultural tenho a beleza rara,E o meu seio, — jardim onde cultivo a dor,Faz despertar no Poeta um vivo e intenso amor,Com a eterna mudez do marmor' de CarraraSou esfinge subtil no Azul a dominar,Da brancura do cisne e com a neve fria;Detesto o movimento, e estremeço a harmonia;Nunca soube o que é rir, nem sei o que é chorar.O Poeta, se me vê nas atitudes fátuasQue pareço copiar das mais nobres estátuas,Consome noite e dia em estudos ingentes..Tenho, p'ra fascinar o meu dócil amante,Espelhos de cristal, que tornaram deslumbranteA própria imperfeição: — os meus olhos ardentes!
Charles Baudelaire ( flores do mal)